Inquestionavelmente vivemos outros tempos em que o
esporte exige muito dinheiro para a manutenção de atletas e equipes. Lembro
muito bem quando comecei a me interessar pelo esporte ainda na infância. Tudo
começou pelo futebol, passou pelo futsal, punhobol, voleibol, basquetebol cujos
esportes me levaram ao rádio, jornal e televisão. Vejo a cada dia os problemas
que os clubes enfrentam para pagar seus atletas. Vejo também que as dívidas dos
clubes vão se acumulando cada vez mais e que dificilmente serão liquidadas.
Alguns esportes olímpicos tem equipes montadas e desmontadas a cada temporada.
Um dia o governo do Paraná resolveu investir no voleibol e até no basquete. No
voleibol abriu espaço para a equipe feminina da Rexona que se fixou em Curitiba
com o comando de Bernardinho e conquistou grandes resultados. Também para
Curitiba vieram Hortência e o grande Ubiratan para cuidar do basquetebol.
Infelizmente tudo passou muito rapidamente. Grandes atletas contratados a peso
de ouro têm mudado de camisa a cada ano. Equipes têm sido montadas e
desmontadas em curto espaço de tempo. No futebol o caso é ainda mais sério pela
quantidade de clubes e competições. Só no Campeonato Brasileiro são quatro
séries. Ontem no Maracanã 46.860 torcedores prestigiaram o clássico Vasco da
Gama e Fluminense. Segundo o grande jornalista e amigo Sérgio Guimarães, só
atrás dos gols havia grande lotação. As laterais estavam praticamente vazias. Os
altos preços dos ingressos são uma das causas da ausência do torcedor. Tudo
para tentar compensar os altos salários dos jogadores. Jogadores que hoje
deixam muito a desejar. O “que está errado no esporte brasileiro”. É exatamente a falta de visão dos dirigentes.
A folha de pagamento dos clubes não pode ser maior do que se arrecada. É isso
que na minha opinião está errado no esporte brasileiro. É isso aí.