segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A DESPEDIDA DE UM FENÔNEMO

Ronaldo Luiz Nazário de Lima, 34 anos, anunciou há pouco em entrevista coletiva o encerramento de sua carreira como jogador de futebol. Muitas contusões e sofrendo de hipotireodismo (ocorre quando glândula tireóide não produz hormônio suficiente para as necessidades do corpo) anteciparam o fim de sua brilhante carreira. Disse que na verdade perdeu para o seu corpo o que o obrigou a abreviar a carreira. Antes da coletiva esteve pela manhã com seus companheiros no treinamento alvinegro abraçando um a um e anunciando o fim de sua carreira. Ronaldo confirmou que seguirá no Corinthians como seu embaixador. Lamentou não ter sido campeão da Copa Libertadores da América. Agradeceu à todos os dirigentes e técnicos dos clubes pelos quais passou. Agradeceu aos que com ele jogaram e os que contra ele atuaram com lealdade. Chorou ao lado dos filhos e depois de explicar o encerramento de sua carreira atendeu a imprensa que lotou o Centro de Imprensa do Corinthians em Itaquera. Ronaldo afirmou que está com seu futuro bem encaminhando e que além de embaixador do Corinthians cuidará da sua agência de jogadores.

Carioca
Ronaldo nasceu no Rio de Janeiro em 22 de Setembro de 1976. Jogou em sua juventude no Valqueire, Social Ramos, São Cristovão e Cruzeiro onde iniciou sua carreira profissional. Depois do time mineiro atuou no PSV Eindhoven, Barcelona, Internazionale, Real Madrid, Milan e Corinthians. Jogou 515 jogos marcando 352 gols. Pela Seleção foram 97 partidas marcando 62 gols. Foi eleito três vezes (1996-1997 e 2022) o melhor do mundo pela FIFA.

Títulos
Pelo Cruzeiro: Copa do Brasil (1993) e Campeonato Mineiro (1994); PSV Eindhoven: Copa dos Países Baixos (1996); Barcelona: Supercopa da Espanha (1996), Copa da Espanha (1997) e Recopa Europeia (1997); Internazionale: Copa da UEFA (1998); Real Madrid: Copa Intercontinental (2002), Campeonato Espanhol (2003 e 2007), Supercopa da Espanha (2003); Corinthians: Campeonato Paulista (2009) e Copa do Brasil (2009) e Seleção Brasileira: Copa do Mundo da FIFA (1994 e 2002), Copa América (1997 e 1999). Copa das Confederações (1997) e Olimpíadas: Medalha de bronze em 1996.

Obrigado
É o que o futebol pode dizer a Ronaldo pela alegria que deu a todos nós brasileiros e ao mundo do esporte mais popular do planeta.

PARANÁ CLUBE PEDE SOCORRO

Conheci Curitiba lá pelos anos 50 passando férias na casa de meus avós e morei na Cidade Sorriso de 1994 a 2008. Foi lá que tomei a primeira Coca-Cola no Passeio Público. Foi lá que saboreava peras, maçãs e uvas na Chácara do meu avô em Campo Comprido. Foi lá que ao lado do meu irmão Valdir inaugurei uma bola número 5 da marca Walter no campo do Imperial que nem gramado tinha. Tudo isso para dizer que conheço a cidade e especialmente o seu futebol desde os tempos de Primavera, Água Verde, Britânia, Bloco Morgenau, Coritiba, Atlético, Ferroviário, Palestra, Colorado, Pinheiros, Paraná Clube, Juventus dos que me recordo. Me rendo a Airton Cordeiro, Carneiro Neto, Machado Neto, Raul Mazza do Nascimento, José Hidalgo Neto, Eduardo Vieira e José Domingos que conhecem mais do que eu o futebol de Curitiba e do Paraná.

Paraná Clube
O que me traz a esse assunto é o Paraná Clube do meu amigo Olavio Schoenau, na verdade torcedor do CA Ferroviário. A distância (hoje morando em São Paulo) estou triste com o momento do clube tricolor que há alguns anos na Série “B” do Brasileirão está na eminência de ser rebaixado também no atual campeonato paranaense. Disputou 9 jogos no atual campeonato e somou apenas 2 pontos sem conhecer o sabor de uma única vitória. Quando trabalhei no rádio de Curitiba já tinha minha opinião formada em torno do futebol da capital. Mesmo com seus quase 2 milhões de habitantes, a cidade não comporta três clubes profissionais ainda mais com a loucura que a globalização trouxe. O tricolor das “vilas” como o cognominei, surgiu depois de várias fusões com um apreciável quadro associativo ultrapassando inicialmente 40 mil sócios. Possui um belo patrimônio com 5 sedes e mais de 500 mil metros quadrados de área. O Paraná Clube conquistou muitos títulos e nos anos 90 foi o bam-bam-bam do futebol no estado. Aos poucos e com a volta de Atlético e Coritiba a divisão principal do futebol brasileiro o panorama se modificou. O clube perdeu muitos sócios. A manutenção do seu belo patrimônio tem um custo bastante elevado e o futebol eleva em muito as despesas mensais. Sua arrecadação caiu violentamente afetando o futebol. E sua torcida também sumiu não passando hoje de 3 a 4 mil em seus jogos. Com isso o clube começou a “fazer água” até chegar ao estado atual. E lá como cá os torcedores não se conformam. Já agrediram o diretor Paulo César no final de semana e ameaçaram outros dirigentes.  Lamentável tudo isso. Só um milagre financeiro pode salvar o Paraná Clube. Honestamente falando, Curitiba não comporta mais do que dois clubes profissionais com sustentabilidade financeira. Que o digam Atlético Paranaense e Coritiba. É isso aí.